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Editorial

Uma Trajetória Feminina
Mulheres influenciam de forma decisiva o 
congregacionismo brasileiro
As vitórias de Israel descritas nesse salmo 68 são aplicáveis às obtidas pelo Sublime Redentor, quando inimigos da Salvação do homem foram subjugados mediante a ressurreição de Cristo e as nações pagãs submetidas ao Seu Poder. Essa grande vitória primeiro, foi anunciada por mulheres aos discípulos
( Mt 28. 1 -10).
“O Senhor deu a palavra, grande é a falange das mensageiras das Boas Novas”
(Salmo 68.11)
È fato ser da experiência de muitos o ter observado um barquinho a cortas as águas, deixando um rastro que se vai alargando. Pois na vida nos influência é qual um rastro para o mal. No meio evangélico congregacional, há personagens que são verdadeiros gigantes na sua influência benéfica transmitida ao longo dos anos. Com justa homenagem, destacamos o vulto de uma mulher cuja passagem entre nós marcou o início de trabalhos,   inesquecível relevância – Sarah Poulton Kalley.
Se nos fosse dada a possibilidade de voltarmos ao ano de 1871e sentir as influências dos costumes da época participaríamos das dificuldades enfrentadas por Sarah quando organizou um bom trabalho com as senhoras caráter permanente na Igreja Evangélica Fluminense . A própria Senhora Kalley, escrevendo à sua tia Lydia Morley, assim se expressou: “Havia muito tempo que eu desejava organizar uma sociedade de senhoras; mais hesitei, por longo tempo em levar a efeito este desejo, porque, por que me asseguraram que era possível ir de encontro aos costumes do País, que não permitiam às mulheres saírem à rua sozinhas. Agora, porém, tínhamos na Igreja, três senhoras alemãs, casadas, e que não estavam dispostas a submeter-se a tais restrições. Resolvi, então, instalar a sociedade, e fiquei satisfeita por ver que 11 senhoras estavam a favor da minha idéia. Na segunda sessão vieram 14, e creio que virão mais outras unir-se conosco.”
Na primeira reunião dirigida por D. Sarah Poulton Kalley, foi apresentado o estudo sobre “ O caráter de Eva, Mãe da Raça Humana”. As reuniões eram realizadas às terças-feiras, às 15h. Uma das práticas instrutivas da senhora Kalley era pedir que as sócias decorassem capítulos inteiros para lhe serem repetidos em certas datas. Desenvolviam trabalhos de visitação às irmãs, dando-lhes assistência espiritual; Tinham também programa de ajuda aos pobres da Igreja em conexão com os diáconos.
A Sociedade de Senhoras, fundada em 11 de julho de 1871, e que fora alvo de muitas preocupações para D. Sarah, serviu de exemplo e de grande estímulo à organização de atividades semelhante das demais igrejas, não só congregacionais, como em outras denominações. O trabalho assim iniciado, contou com a benção divida, e à medida que surgiam outras igrejas, novas Uniões eram organizadas. Seu primeiro nome era simplesmente Sociedade de Senhoras; mais tarde, União de Senhoras; e posteriormente União Auxiliadora Feminina. Com o crescimento do trabalho, tornou-se necessária uma organização que agrupasse as uniões: a federação. A primeira a ser criada foi a do nordeste, em 23 de fevereiro de 1942, em Campina Grande (PB). Seguiu-se a federação do Sul, em 30 de outubro de 1943, na igreja Cristã Paulistana, em São Paulo (SP). Outras foram surgindo; veio então, a necessidade da criação de uma entidade de âmbito nacional, representando as Uniões, através de federações. Na II Convenção Geral da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais e Cristãs do Brasil – UIECCB, realizada na Igreja Evangélica Fluminense de 18 a 25 de junho de 1944, foi organizada a Confederação, com sede na cidade do Rio de Janeiro.
O primeiro Congresso Nacional realizou-se em Pedra de Guaratiba no então Distrito Federal, em 24 de janeiro de 1952. Algumas de suas merecem destaque:
§         Aprovação dos Estatutos;
§         Publicação de uma revista, Vida Cristã, a qual surgiu em outubro de 1953
§         Escolha do moto, baseado em 1Coríntios 15.58: “ Sede firmes e constantes, sempre abundantes na Obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”;
§         Indicação do Hino oficial: “Sede sempre firmes, constantes, sim, no vosso amor, Sede abundantes na obra do Senhor; Nunca o vosso esforço se torna vão perante Deus; Sede sempre firme, a recompensa está nos céus.
§         Definição de um só nome para s Sociedades Femininas, em todo o Brasil, sendo este: União Auxiliadora Feminina.
Atualmente, em cada uma das 40 Associações Regionais que compõem a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, há organizada, uma federação.
Para homenagear as mulheres de nossa denominação no ano do centenário de organização do trabalho feminino, a então 6ª Região Administrativa sugeriu a Confederação, e esta levou à Junta Geral, à idéia de incluir no Calendário Denominacional, o dia 11 de julho como o Dia da Mulher Congregacional. (VIDA CRISTÃ, julho-agosto-setembro 1971. p.1).
Sarah Poulton Kalley era esposa do Rev. Dr. Robert Reid Kalley, casal que chegou ao Brasil em 10 de maio de 1855. Missionários pioneiros na implantação definitiva do evangelismo brasileiro, sem nenhuma dependência estrangeira, a partir de 19 de agosto de 1855, quando Dr. Kalley fundou a primeira Escola Dominical, reunindo cinco crianças de duas famílias inglesas; na ocasião sua esposa D. Sarah Lhes contou a história do profeta Jonas. A primeira Igreja Evangélica no Brasil, em língua portuguesa, e em caráter permanente, foi por ele organizada em 11 de julho de 1858 – A Igreja Evangélica Fluminense. Dr. Kalley foi seu pastor até 1876, quando voltou, com a esposa, para a Escócia. Ali ele faleceu em 17 de janeiro de 1888, e D. Sarah, em 8 de agosto de 1907.
Com a graça de Deus em 2005, comemoramos 150 anos de evangelismo brasileiro. Se o Senhor não voltar antes, que resultamos serão obtidos daqui a 150 anos, em conseqüência do nosso trabalho a partir de agora?

O saudoso Rev. Manoel da Silveira Porto Filho compôs uma poesia, por ocasião do centenário da primeira União Auxiliadora Feminina, que foi publicada em VIDA CRISTÃ (julho-agosto-setembro/71), na contra capa.

D. Sara e Suas Companheiras

Há cem anos, Senhor e ontem parece!
Eram poucas, mais todas eram tuas.
O quanto não importa. O que enriquece
É a parte que no quanto tu possuas.

Tinham histórias a contar. E em suas
Faces – se hoje revê-las, se pudesse –
Quantas marcas veríamos, de cruas
Tribulações por Cristo! E, agora, aquece

O coração da gente recorda-las
Em torno a Dona Sara, proclamando
A nós, que hoje queremos celebra-las,

Que outro jeito melhor de homenageá-las
Não há senão de, ao mesmo Cristo amando,
No espírito em que O serviram, imita-las?
           (M. Porto Filho)

Esther Marques Monteiro